sábado, 7 de dezembro de 2013

Jobs

NÓS ASSISTIMOS, JOBS ( UM FILME COM  ALUSAO A VIDA E A CRIAÇÃO DA APPLE)




Um filme sobre o fundador da Apple (esta disponivel em nosso (Gdrive).

Crítica: 'Jobs', o filme, falha ao omitir lado ordinário de criador da Apple
SÉRGIO ALPENDRE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

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Há quem considere Steve Jobs um gênio, há quem o chame de profeta do apocalipse. Jobs previu, em meados dos anos 1970, que as pessoas no futuro usariam o computador como extensão de seus corpos.

Mais: seriam dependentes dessa extensão, aprimorada e diminuída em formatos de celulares, tablets, aplicativos e jogos alienantes. Acertou em cheio.

Uma coisa é certa. O mundo como hoje conhecemos deve muito a essa figura polêmica, competitiva, inteligente e propensa a constantes reinvenções. Se isso é bom, é uma outra história.

"Jobs", o longa de Joshua Michael Stern, mostra a transformação de um garoto ambicioso e visionário em um monstro que vive unicamente de trabalho e abandona pessoas com quem cresceu (pessoal e profissionalmente).

O fundador da Apple vivido por Ashton Kutcher é um homem autocentrado na ideia de sucesso a qualquer preço, algo que se confunde com a ambição de revolucionar o mercado consumidor fazendo com que qualquer pessoa tenha acesso à tecnologia.

Para realizar essa revolução, ele não hesita em dispensar a namorada grávida, o melhor amigo e outras pessoas que o apoiaram. Sua ideia fixa é a de que ele é o gênio, e os que o apoiam, em sua maioria, são parasitas que vivem debaixo de suas asas.

Esse retrato quase unilateral, que permite apenas pequenos traços de ambiguidade em sua construção (uma lágrima contida aqui, uma voz falha ali, efeitos alcançados em grande parte pelo talento de Kutcher) poderia até resultar em um bom filme, caso Stern tivesse alguma ideia da dimensão de seu personagem e de como essa dimensão poderia ser retratada no cinema.

O espectador não conhece Steve Jobs (salvo em raros momentos) fora do ambiente de trabalho. O que vemos quase sempre é algum acontecimento marcante de sua vida, ou uma consequência imediata. E os acontecimentos são mostrados da forma mais banal possível, com música melosa e movimentos de câmera indigentes.

Nenhum bom filme se faz só de acontecimentos marcantes. É mais ou menos o que diz um personagem de "Assim Estava Escrito" (1952), obra-prima de Vincente Minnelli: "Se toda cena for um clímax, o filme irá se desfazer como um colar partido".

Por não vermos o lado ordinário da vida de Steve Jobs, não temos noção de como ele era, como lidava com as coisas do cotidiano, como, enfim, era esse ser humano. Stern só nos permite conhecer o monstro, ou o visionário. Você escolhe.

JOBS
DIREÇÃO Joshua Michael Stern
PRODUÇÃO EUA, 2013
ONDE Anália Franco UCI 2 e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO Eu gostei

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